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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Trânsito de Porto Alegre está saturado

Capital tem um carro para cada dois habitantes


Capital tem um carro para cada dois habitantesCapital tem um carro para cada dois habitantesPorto Alegre não comporta mais o volume de carros que circulam diariamente. Conforme dados do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Detran), são 671.772 veículos registrados na Capital, um aumento de 12.354 carros em comparação a 2009. Os dados correspondem à aquisição de veículos até junho de 2010, denotando uma média de quase 70 carros novos registrados por dia na cidade. Segundo a estatística, existe um carro para cada dois habitantes. Tudo isso se reflete diretamente nas ruas: congestionamentos cada vez maiores nas principais ruas e avenidas.

O crescimento na frota já é insustentável para manter a normalidade no trânsito. Em 2005, havia 546.881 carros registrados. Desde então, houve um incremento de 124.891 veículos em Porto Alegre, e poucas mudanças foram feitas na estrutura viária. Conforme o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e especialista em transportes João Fortini Albano, o crescimento na venda de veículos é um dos principais fatores que leva ao caos no trânsito. “Mesmo com a redução das condições para aquisição de veículos, como a queda da isenção do IPI, a população continua comprando cada vez mais.” Para ele, avenidas como Sertório, Assis Brasil, Ipiranga, Osvaldo Aranha e Protásio Alves retratam bem o problema enfrentado diariamente pelos porto-alegrenses, com congestionamentos diários.

Contudo, Albano destaca que os engarrafamentos não ocorrem só nos horários de pico. “Nas sextas-feiras, por exemplo, trafegar em Porto Alegre é muito difícil”, exemplificou. Com o retorno das aulas, agosto também tem apresentado um trânsito fora do normal, segundo o professor da Ufrgs. Ele cita também outro fator: o crescimento das populações urbanas. Para o especialista na área de transportes, isso contribui para o aumento da frota. “Atualmente, 82% da população brasileira se concentra nas cidades”, afirma.

Além do aumento da frota registrada na Capital, as ruas não são ocupadas somente por veículos do município. Carros vindos de outras cidades, principalmente da região Metropolitana, contribuem para os congestionamentos diários na Capital. E nas localidades vizinhas, o número de carros também segue a tendência de crescimento a cada ano. Em Alvorada, por exemplo, há 48.969 veículos registrados, 2.316 a mais que em 2009.

O crescimento da frota também resulta no aumento de acidentes. De acordo com balanço feito pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), somente neste ano foram registradas 12.375 ocorrências, até junho. No mesmo período do ano passado, foram 10.817, ou seja, 1.558 acidentes a menos. As mortes se equivalem, na comparação entre 2010 e o ano passado. Foram 72 vítimas fatais até junho deste ano. Em 2009, no mesmo período, foram registradas 76 mortes no trânsito da Capital. “Isso é reflexo do aumento constante da frota. A população não cresce na mesma proporção do número de veículos, e a estrutura viária não comporta mais esse volume”, afirma o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e especialista em segurança para o trânsito José Sérgio Nandi.

A frota de Porto Alegre

Ano e Número de veículos
2005 – 546.881
2006 – 565.252
2007 – 591.598
2008 – 627.580
2009 – 659.418
2010* – 671.772
*Até junho
Fonte: Detran

Copa surge como imposição para resolver problemas

As principais ações para minimizar os problemas no trânsito de Porto Alegre deverão ser executadas com obras de preparação da Capital para a Copa do Mundo de 2014. Conforme o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Capellari, as intervenções na III Perimetral, com a construção de passagens de nível e viadutos, além do prolongamento da Voluntários da Pátria em direção à saída da Capital, devem apresentar os principais benefícios com o advento da competição que terá Porto Alegre como uma das cidades-sede. “Ao finalizarmos esse ciclo de obras, a grande expectativa é que seja gerada uma maior fluidez no trânsito, acompanhando o ritmo de crescimento da frota na cidade”, destacou Capellari.

Até lá, os condutores precisarão conviver com pequenas intervenções feitas nos principais pontos de congestionamentos. “Em curto prazo, precisamos buscar uma eficiência da malha viária”, afirmou o diretor-presidente. Entre as medidas a serem tomadas, ele informou que são estudadas alterações no tempo de sinaleiras e proibição de estacionamento em alguns pontos.

Capellari ressaltou que o número de agentes de trânsito nas ruas deve aumentar até a Copa. Hoje, são 464 funcionários, e a meta é chegar a 600 até 2014. “É o número considerado ideal para prestar um bom serviço no trânsito”, garantiu.

De acordo com o professor da Ufrgs e especialista na área de transportes, João Fortini Albano, as providências que serão tomadas no município na área de mobilidade urbana devem, pelo menos, amenizar a situação na Capital. “Não temos como saber se vai resolver, pois a configuração do trânsito em Porto Alegre, principalmente no Centro, não oferece alternativas”, avaliou.

Entre os exemplos, Albano destacou que as futuras obras no Túnel da Conceição devem gerar problemas no trânsito. O professor salientou que melhorias no transporte coletivo também são necessárias para reduzir o número de automóveis que circulam atualmente pelas ruas. “Temos um sistema muito limitado. Podemos pensar em uma linha de metrô para atender à zona Leste da Capital, entre outros projetos”, comentou Albano.

O diretor técnico do Detran, Ildo Szinvelski, também destacou que o alto número de veículos rodando na Capital gera estresse no trânsito, além de poluição sonora e danos ao meio ambiente. “Isso reforça que temos que buscar sempre qualidade na fiscalização dos veículos e na formação dos condutores”, afirmou.

Fonte: Correio do Povo
Ctrl+C, Ctrl+V: Porto Imagem

Eu particularmente acho que todas as obras para aCopa de 2014 só irão aumentar o problema, pois quanto mais se investe na malha viária mais as pessoas sentem-se incentivadas a utilizar o carro, e mais carros aparecem, mas poluição e mais congestionamentos.

Eu tenho certeza que em 2014 o trânsito em Porto Alegre estará um caos, talvez até pior que hoje, se não se investir pesadamente em transporte público, ciclovias e se restringir ao máximo o uso do carro, por força de leis e taxações.

3 comentários:

Helton Moraes disse...

Como diria minha mãe, "Deus que me perdoe" (mas): tenho a impressão de que não há o que fazer para fazer Porto Alegre funcionar como um "modelo" de trânsito perfeito até a copa, ou para qualquer data futura, mantendo um modelo de automóvel como principal transporte. Aliás, será que o pessoal que vai vir para a copa não vai querer ver mais NADA funcionando direito, só o trânsito? Por que quase ninguém fala de outras coisas importantes, como segurança, etc.?

Meu palpite é que a cidade não escapa do caos, e praticamente "torço" (Deus que me perdoe!) para que haja um apagão de trânsito que faça um monte de expectadores perder algum jogo importante, pra ver se a galera "se liga".

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

O maior problema dos carros não está neles em si, mas na questão "cultural" de certos proprietários que escolhem os veículos pelo status social e não pela necessidade, e isso vale tanto para o "mano do gueto" que tira onda de santanão 2.0 até o "playboy de mercedão". Veículos menores deixando mais espaços livres nas vias de circulação e necessitando de menos combustível para transportar o mesmo volume de carga e/ou passageiros me parecem mais adequados, e em algumas situações a bicicleta acaba sendo a melhor alternativa tanto por não gastar combustíveis quanto por proporcionar um momento para o usuário praticar exercício físico (o problema é que não há nenhum incentivo ao uso das bicicletas, só umas ciclofaixas que só são usadas como tam em domingos e feriados ao redor dos parques).

Olavo Ludwig disse...

Atualmente, o caro é um problema em si,não existe espaço no mundo para todos andarem de carro, mesmo que sejam mini carros. A questão de necessidade é sempre relativo. Transporte coletivo de qualidade é indispensável.

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