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quinta-feira, 29 de julho de 2010

O impacto dos exercícios é maior do que se pensava

A ciência descobre que a atividade física atua em nível molecular, interfere na produção de mais de 20 substâncias importantes para o metabolismo e protege o DNA

Rachel Costa

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Dois estudos divulgados recentemente confirmaram que o impacto da atividade física no organismo é muito mais profundo do que se imaginava. De acordo com os trabalhos, quando o corpo é posto em movimento, processos químicos ocorrem no interior das células e desencadeiam reações, em nível molecular, que resultarão em mais benefícios.

Um dos trabalhos foi realizado por pesquisadores do Massachusetts General Hospital (EUA). Eles avaliaram as respostas do organismo de indivíduos saudáveis antes, imediatamente após e uma hora depois de uma sessão de exercícios – 25 eram maratonistas. A primeira conclusão foi de que os exercícios físicos interferem na produção de cerca de 20 diferentes metabólitos, entre eles substâncias ligadas à queima de açúcares, gorduras e aminoácidos (matérias-primas das proteínas). Uma delas, especialmente, chamou a atenção: a vitamina niacinamida, que ajuda na liberação da insulina, o hormônio que permite a passagem da glicose do sangue para as células. Quando há excesso de glicose na corrente sanguínea, o indivíduo torna-se diabético.

Outra constatação foi de que o metabolismo de pessoas mais bem condicionadas fisicamente é superior ao das mais sedentárias. “A partir dos resultados, podemos ajudar na melhoria do desempenho e na redução de riscos de diabetes por meio de intervenções, pelos exercícios, sobre o metabolismo do paciente”, descreveu um dos autores da pesquisa, o médico Robert Gerszten.

Na Universidade da Califórnia (EUA), os pesquisadores verificaram que, quando exercitado, o organismo é capaz de inibir a ação do stress sobre os telômeros, sequências de DNA cujo tamanho é um indicativo do grau de envelhecimento das células. Quanto menor, mais avançado está esse processo. Foram examinadas 62 mulheres, várias delas responsáveis por cuidar de familiares doentes. Mesmo em situação de stress, o comprimento dos telômeros permaneceu maior entre as que realizavam séries semanais de pelo menos 75 minutos de exercícios. “Uma das explicações é de que a prática estimula a atividade dos telômeros”, disse à ISTOÉ um dos autores da pesquisa, o psicólogo Eli Puterman. “Isso atenuaria os efeitos prejudiciais do stress.”

Aprofundar o conhecimento sobre o impacto dos exercícios no corpo também é meta dos brasileiros. Na Universidade de São Paulo, a pesquisadora Patrícia Brum investiga como a prática esportiva ajuda no tratamento da insuficiência cardíaca (incapacidade de o coração bombear sangue para o corpo). “Acreditava-se que o paciente não podia ter um gasto energético maior, já que seu coração bombeava mal”, lembra Patrícia. “Por isso os exercícios eram proscritos.” O mito caiu depois que se descobriu o papel dos íons cálcio na célula cardíaca e o modo como se alteram mediante a atividade física. “Esses íons são um dos responsáveis pela contração da célula cardíaca e, quando estimulados por exercícios, trabalham melhor”, diz.

Telômeros, metabólitos e íons cálcio são apenas algumas das estruturas nas quais foram mapeados os efeitos moleculares dos exercícios. “Além deles, já se sabe que se exercitar inibe a produção de mais glicose”, complementa José Rodrigo Pauli, da Universidade Federal de São Paulo. Com os avanços nos estudos, a expectativa é de que fique cada vez mais evidente a importância das atividades físicas.

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