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quarta-feira, 14 de maio de 2008

311 km de Bicicleta

Audax 300km Porto Alegre
Organização: Clube Audax Porto Alegre
Data: 10/05/2008
Distância: 311km
Tempo de Viagem: 20h10min.
Tempo Pedalado: 17h18min.
Velocidade média: 18km/h
Líquidos Consumidos: 6,5 Litros (Gatorade) + Uma taça de café com leite
Sólidos: 1 Sanduba, uma torrada e 7 barrinhas de cereais
Energéticos: 9 sachês de Gel energético


Nesse Audax a saída seria à meia noite de sexta para sábado (10/05/2008), e imaginava o frio que poderia estar. Já havia preparado as roupas que usaria para o Audax 200 km, do dia 3 de maio, que não saiu devido ao ciclone, então estava tranqüilo quanto a isso.

Minha maior preocupação no dia 9 era instalar na bicicleta um bagageiro traseiro para colocar ali uma mochila com alguma comida, e um reservatório de 2 litros de líquido (daqueles que tem um mangueira na ponta), pois a garrafinha de 500ml acaba muito rápido.

Nessa sexta feira trabalhei até o meio dia, e como sempre, fiz os 10 km de bicicleta de casa até o trabalho. Depois que sai de lá, andei mais 30 km para resolver tudo. Algumas coisas no banco, instalação do bagageiro e retirada do kit para o Audax, na Rodociclo.

Como a largada seria à meia noite e passaria uma noite sem dormir, queria tentar dormir um pouco antes de ir para o DC Navegantes, mas a ansiedade e a quantidade de detalhes a acertar não me deixaram descansar.

Antes de ir para o ponto de largada eu e a Liza fomos jantar no Rincon de Las Massas, precisaria de bastante energia para a prova, e as massas feitas pela mãe do Pablo são insuperáveis.

Fui pedalando até o DC, e no caminho encontrei o Alex Berta (companheiro de reclinada) que iria dar um apoio moral até a hora da largada. Já perto do DC encontramos o pessoal dos passeios noturnos que também estavam por ali para dar uma força aos ciclistas “audaxiosos”.

22 horas e alguns minutos estávamos no DC. Já havia vários ciclistas, logo chega a Liza e um casal de amigos, Luciano e Carmo, uma força nessa hora tem um valor inestimável e o apoio dos amigos e da esposa não tem preço.

Logo encontro o Raul, companheiro reclineiro, mas que decidiu ir fazer a prova com sua “single speed”, uma bicicleta tradicional, e sem marchas. No meu ponto de vista uma loucura, na verdade eu estava achando que todos eram loucos em fazer 300km em bicicletas não reclinadas, o único que não era louco ali era eu :^).

Eu estava com minha bicicleta reclinada EXD da Zhorer, com bastante carga. Queria levar mais coisas mas a Liza não deixou. Eu não estava me importando com o peso que carregaria, um engano que me fez sofrer um pouco mais no decorrer da prova.

A largada ocorreu 0h16min, o frio ficava maior conforme nos afastávamos de Porto Alegre, e passar pelas pontes do Guaíba na madrugada é bastante perigoso. Até esse momento o grupo dos 44 ciclistas estava mais ou menos junto seguindo o carro da organização (que foi excelente o tempo todo, valeu Cícero) e ao chegarmos na terceira ponte fomos liberados, eu e o Raul permanecemos juntos.

O caminho até Charqueadas estava muito escuro e muito frio, mesmo com meus 4 faróis não enxergava alguns buracos e os galhos no acostamento. O Raul estava congelando, até que lembrei que tinha roupas extras e paramos para ele colocar.

Tinha receio de estar num ritmo lento e estar segurando o Raul, falei pra ele seguir mais rápido se quisesse, mas ele quis ir junto comigo todo o tempo (valeu Raul pela preciosa companhia).

Quando chegamos no PC 1, por volta das 3 da manhã percebemos que os ciclistas estavam realmente cansados e com frio. O trajeto nessas condições foi muito mais difícil do que quando feito no Audax de 200km durante o início da manhã.

O Raul não estava se sentindo bem e estava planejando sua saída da prova, continuamos pedalando juntos até os 85km aproximadamente, quando na saída do caminho de Charqueadas ele tomou o rumo de volta à Porto Alegre, e eu segui no trajeto, em direção à Tapes. A partir desse momento, pedalei praticamente sozinho o tempo todo, pedalar sozinho também tem seu valor, os pensamentos e idéias fervilham no cérebro, e a preocupação de estar atrasando um colega desaparece.

A parada no PC2 foi um pouco antes das 6 da manhã, ainda estava muito escuro, mas o frio já tinha diminuído e o encontro com outros ciclistas nos PCs é sempre revitalizador. Nesse ponto percebemos como o Audax 300 km é muito mais difícil que o de 200 km, não são apenas 100km de diferença, eu ouso dizer que as dificuldades são triplicadas: a escuridão, o frio intenso, a noite sem dormir, tudo isso conta muito para o cansaço. Nos PCs uma pessoa que sempre chegava quando eu estava quase saindo, era a Fabiane, pedalando um Audax pela segunda vez, assim como eu, e compartilhávamos o sofrimento que estava sendo a prova até então, mas mesmo assim tentava animá-la dentro do possível.

Minha velocidade média estava bem baixa, 17,8km/h, mas ainda não estava muito preocupado com o tempo, tanto que parei umas duas ou 3 vezes no caminho para o PC3, para tirar umas fotos. Pena que as fotos do amanhecer não ficaram boas, preciso de uma máquina melhor. Ao chegar no PC3 (Restaurante das Cucas) tomei um café da manhã bem tranqüilo (até demais), e sai dali renovado, pois vinha pensando nesse café desde às 3 da manhã e agora já eram quase 10 horas.

Começa agora minha preocupação com o tempo e velocidade, em alguns momentos pensei que não conseguiria chegar a tempo, pois o cansaço era grande e eu tinha que pedalar mais rápido e parar menos tempo, um sacrifício grande! Comecei a perceber que deveria ter me preparado melhor, não só ter levado menos carga, como ter dormido na sexta-feira o dia todo, e principalmente não ter pedalado aqueles 40 km na tarde de sexta. Na próxima eu já sei!

Percebi o valor do gel energético, aquilo parece milagroso mesmo, e graças a Liza eu tinha levado 3, e parecia que era isso que estava me sustentando. Liguei para ela comprar mais e me entregar no PC4, pois já tínhamos combinado que nos encontraríamos no meio da prova e ela me ajudaria com um apoio lojístico e moral. Nesses momento o apoio de alguém é fundamental e quando é de uma pessoa que amamos ele é transcendental.

Ao chegar no PC4 encontrei a Liza, descarreguei um pouco da carga (sabia que não usaria muitas das coisas que tinha levado), comi um sanduba , reabasteci meus reservatórios com Gatorade e tomei mais um gel daqueles, levando mais deles comigo. Acredito que os géis tenham sido minha salvação para completar a prova. Fiquei nesse PC apenas 10 min e saí em disparada, pedalava tudo o que eu podia, não reservava mais energia nenhuma, faltava agora um pouco mais de 100km. O tempo que tinha feito os primeiros 200km dessa prova já superava o tempo que eu havia feito o Audax 200km, então eu estava atrasado, e era só o que eu pensava a partir daí.

Ao Chegar no PC5 quase cai quando desci da bicicleta, as pernas já não me obedeciam. A Liza me ajudou a reabastecer e colocar mais roupas, pois já estava esfriando novamente. O Mauro que pedalou comigo no primeiro Audax havia saído da prova, e o Mário, um outro ciclista que encontrei varias vezes na estrada, estava dormindo profundamente no carro. A Liza acabou servindo como um carro extra de apoio aos ciclistas (Mário, o bico colorido ficou no carro!!).

Pedalava como louco, tinha conseguido elevar minha velocidade média de 17,8km/h para 18,3km/h. A noite havia chegado novamente e eu só pensava se conseguiria chegar a tempo. No PC5 fui informado que poderia chegar até às 20h30min no DC, uma informação meio confusa, já que a largada tinha sido 0h16min. Eu queria chegar dentro das 20horas permitidas para o Audax 300km. Já sabia que a organização consideraria o tempo na passagem da ponte de Eldorado, pois era ali que fecharíamos 300km, mas eu queria chegar no máximo até as 20h16minutos no DC. Passando um pouco o penúltimo pedágio (que eu pensava que era o último) encontrei a Liza e um cara (não lembro o nome) da organização, eles pediram para eu esperar os outros para seguirmos com mais segurança nas pontes, pois tinha ocorrido uma tentativa de assalto com o Lucas e a Fabiane, mas eu não quis esperar.

Continuei pedalando, acabei diminuindo o ritmo, pois a cada paradinha que fazia ficava mais difícil voltar a pedalar. Desde mais ou menos o quilômetro 250 eu tinha que pegar a minha perna direita com as mãos para colocar o pé no pedal, tinha bastante dor nas coxas e nos joelhos.

De repente a escuridão voltou e pensei que tinha entrado em algum caminho errado, cogitei até estar em direção a Charqueadas! Foi um alívio quando vi depois de bastante tempo uma placa mostrando a distância até Porto Alegre. Passei por uns dois ciclistas invisíveis que deveriam ser trabalhadores se deslocando para casa, um perigo andar no escuro daquele jeito, sem nenhuma iluminação nas bicicletas.
Passei pela ponte de Eldorado fechando os 300km umas 19h50min.(tinha conseguido o brevet dos 300km) mas ainda tinha que chegar no DC. Cada vez mais lento, continuei pedalando, receoso com o movimento violento de carros e caminhões. Quanto aos caminhões, eu não sei bem o porquê, mas alguns caminhoneiros têm a capacidade de buzinar quando estão exatamente do lado da gente. Penso que durante toda a viagem tomei uns 3 ou 4 sustos de quase cair da bicicleta, uma ignorância deles, infelizmente.

Ao passar pela tradicional ponte do Guaíba, uma alegria, e um sentimento de estar chegando no destino me deu forças adicionais e consegui pedalar mais rápido para chegar logo no DC Navegantes. Ao chegar, às 20h26min., fui recebido pelos Organizadores, alguns ciclistas que ainda estavam por lá e o casal de amigos Luciano e Carmo. Foi uma felicidade, mas confesso que senti falta de uma festa igual a do Audax de 200, mas com o frio e o cansaço dos ciclistas é perfeitamente aceitável que a organização fosse entregando os certificados e medalhes, liberando o pessoal. Quis esperar os últimos 4 ciclistas que ainda estavam por chegar para recebermos juntos os certificados e medalhas e tirarmos umas fotos.


Nesse Audax aprendi o quanto é importante uma boa preparação, apoio moral, e muita persistência. Além de ser uma prova de resistência física é um teste de equilíbrio psicológico. Espero participar de mais um Audax de 200km e um de 300km antes de tentar o de 400km, que agora sei que não são apenas mais 100 km.
Olavo N. Ludwig Jr.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

GRNOM 01/05/2008

Neste dia do trabalhador, realizou-se mais um reclinaço não oficial!
Com a participação do Alex Berta, Risomá e eu, quase que o Raul participa também, mas houve um desencontro, uma pena.

Este reclinaço teve um início inusitado, o Alex e eu depois de tomar café comer e bater bastante papo decidimos que era hora de pedalar (9h30min.), estávamos aguardando o Risomá, que cogitou a possibilidade de aparecer...mas até então nada!
Decidimos tirar o Riso da cama, logo, o reclinaço começa com uma pedalada até o apartamento dele, tocamos o interfone... nenhum sinal de vida... telefonei, uma voz muito distante atende e depois sem entender muito o que está acontecendo, e aos poucos, vai se ambientando ao mundo dos desperto.
Depois de alguns minutos, de olhos praticamente fechados, chega o Riso para o reclinaço.
O Trajeto acertado foi Viamão, minha idéia era ir até a ETA onde será a saída do Audax do dia 3.
Pedalando pela Ipiranga, o Alex teve a genial idéia, e durante a pedalada mesmo, fundamos o grupo de ajuda "Vigilantes da Pedalada" já então inaugurado por nós ao acordar o Risomá.
Pela Ipiranga, paramos em alguns postos, à procura do café ideal, só achamos um cortesia, que segundo o Riso, era um chafé.
Ao chegar na Lomba do sabão, pelo avançado do horário, sugeri que entrássemos à esquerda num caminho secundário que leva ao Campus do Vale da UFRGS, mas o Risomá corajoso queria subir a lomba, lá fomos, uns andando outro empurrando :^). E o que estava empurrando passou por nós no topo e nem vimos, quando começamos a procurá-lo, ele já estava do outro lado da faixa dando risada.
A descida foi maravilhosa nos embalando até quase o IPH, paramos por ali para algumas fotos, o lugar é lindo pena que não tinha sol. Na ponte tiramos mais algumas fotos, na frente do Campus também, e depois partimos para a subida que antecipa a espetacular descida, na qual bati meu recorde de velocidade que era da mesma descida, dessa vez fui a 74,8 km/h(-4%, erro do meu velocímetro).
Voltamos pela Ipiranga novamente sem mais paradas.
E para encerrar oficialmente a atividade de Vigilantes da Pedalada, deixamos o Riso na frente de seu prédio.
Podemos dizer que foi um feriado muito agradável.
Mais fotos no meu fotolog

[]´s
Olavo Ludiwg
02/05/2008

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